Boletim 03 - Setembro de 2010
Greve dos Bancários: os trabalhadores precisam de um nova direção!
Depois de um mês de atraso, os sindicatos da CONTRAF (Confederação de Trabalhadores do Ramo Financeiro) vão decidir sobre a greve. Durante um mês, a direção da categoria (na maioria sindicalistas do PT e PCdoB) interrompeu a luta para fazer campanha eleitoral para Dilma Roussef.
Essa situação foi o retrato do governo formado pelo PT em aliança com partidos controlados pelos empresários (PL, PMDB etc). O PT diz que defende os interesses dos trabalhadores, mas sempre abre mão das nossas reivindicações para manter a sua "estabilidade" no Estado e não perder seus aliados, o que poderia acontecer se o partido se associasse novamente com a imagem de "grevista" e “radical” que já teve há muito tempo atrás.
Então, fica claro que o problema do movimento sindical é político. Os sindicatos só têm dois caminhos a seguir: ou eles trocam as lutas dos trabalhadores pela integração no governo e no Estado, ou eles levam as lutas até a sua consequência lógica e, para isso, combatem o próprio Estado e os governos que o administram.
Isso não significa dizer que todos os governos são iguais, e sim que só podemos apoiar um governo que defenda os interesses da classe trabalhadora, sem nenhuma aliança com os partidos dos patrões. Para isso é preciso um programa político que corresponda às necessidades dos trabalhadores.
E esse programa precisa ser levado adiante por uma organização dentro dos sindicatos. O Movimento Nacional de Oposição Bancária, dirigido pelo PSTU, mesmo dizendo que luta contra a direção petista dos sindicatos, não tem um programa correto. Ele se limita a defender a separação das mesas de negociação, o que dividiria mais ainda os trabalhadores e facilitaria que o governo atacasse a greve no BB e na Caixa com o argumento de que são greves só de "funcionários públicos", para depois deixar o setor privado (onde é mais difícil fazer greves) sem nenhuma conquista.
A questão é que o programa de uma oposição sindical tem que reconhecer a causa da situação em que vivem os trabalhadores. E essa causa não é apenas gerentes ruins e empresas que exploram demais, mas sim o sistema em que vivemos, o capitalismo. Sem um programa com medidas de ação anticapitalista, não podemos orientar as lutas até a vitória. Qualquer “reforma” que conquistemos, é sempre revertida quando a correlação de forças entre trabalhadores e patrões/governo se altera.
Por isso, o objetivo da Oposição Classista é lutar, nos sindicatos, por um programa de luta pelo socialismo, ou seja, por uma sociedade governada inteiramente pelos trabalhadores. Algumas medidas a serem tomadas para isso seriam:
- organizar os terceirizados em comissões por local de trabalho e integrá-los na luta com outros bancários;
- lutar pela transformação da PLR (que nos "amarra" à lógica de lucros dos bancos) em um aumento de salário permanente;
- estabilidade no emprego no setor privado;
- exigir salário igual para trabalho igual, como forma de combater o racismo e o machismo.
Para nós, a luta sindical é parte da luta pela revolução socialista. E essa é uma luta política, que precisa da formação de um Partido Revolucionário dos trabalhadores para ser vitoriosa. E precisa de uma luta constante contra o petismo que domina os sindicatos. Se você também defende uma perspectiva diferente para orientar a luta da classe trabalhadora, venha fale com a gente!
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oposicaoclassista@yahoo.com.br
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